Resenha - Em 1970, Odran Yates vai parar no seminário. Após uma tragédia abater a família, a mãe de Odran tem uma revelação e pede para o filho ser padre. Odran torna-se uma pessoa passiva e acredita ter encontrado sua verdadeira vocação.
Como narrador da história, Odran relembra sua vida desde a infância, os tempos de seminário que conviveu com seus colegas e quando foi trabalhar no Vaticano em um cargo próximo ao Papa. Tempos em que ele presenciou segredos da Igreja e escândalos ligados a pedofilia.
Odran faz uma verdadeira reflexão sobre seu comportamento um tanto ingênuo e passivo em relação as situações que presenciou durante sua vida. Com o passar dos anos, restou somente a culpa por ter ignorado alguns fatos e não ter reagido de forma correta e que poderia ter evitado muita tragédia e sofrimento de muitas pessoas que foram afetadas por suas escolhas.
"Bloqueei da minha mente, vez após vez, me recusando a reconhecer o que era óbvio. Eu não tinha dito nada quando devia ter me manifestado, convencendo a mim mesmo de que eu era um homem de caráter mais nobre. Fui cúmplice de todos os crimes. Pessoas sofreram por minha culpa."
É uma obra de ficção, mas Uma História de Solidão é um livro que retrata o abuso sexual encoberto pela Igreja Católica na Irlanda ao longo dos anos. O poder e religião utilizados de forma corrupta na tentativa de deixar impune padres pedófilos.
A pesquisa foi muito bem elaborada, John Boyne tocou em um tema forte e impactante que sempre está presente na mídia. É um livro para ser lembrado por muito tempo, altamente recomendado!
Ano: 2016
Páginas: 416
Editora: Companhia das Letras
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