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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Canções de Ninar de Auschwitz - Mário Escobar


Resenha: Helene Hannemann era uma alemã que se casou com um cigano e tiveram cinco filhos. Ela vê sua vida transformada quando os soldados da Gestapo batem a sua porta em Berlim, no ano de 1943. 
Helene poderia escolher ficar e continuar a sua vida normalmente, mas como uma boa esposa e mãe dedicada, ela jamais optaria por deixar sua família partir para os horrores de Auschwitz. Como era enfermeira,  foi escolhida por Josef Mengele para ser diretora da creche e escola do campo de concentração. Lá, ela presenciou as misérias humanas, a fome, a crueldade e os mais diversos horrores da guerra.
 Canções de Ninar de Auschwitz é mais um livro que narra as tragédias da guerra e o sofrimento de uma família submetida ao poder dos nazistas. 
Relata também um pouco das experiências do médico Mengele, conhecido como o Anjo da Morte. O autor descobriu a história de Helene através de um amigo e a escreveu para que o mundo a conhecesse. Somente alguns nomes foram alterados, mas a maioria dos fatos são reais. É um livro impactante, assim como todos os outros que já li com essa temática. 

'Era necessária uma energia moral extraordinária para se aproximar da infâmia nazista e não cair no fundo do poço. No entanto, eu conheci muitos internos que souberam ser fiéis à sua dignidade humana até o fim. Os nazistas os degradaram fisicamente, mas não foram capazes de rebaixá-los moralmente.'

Ano: 2016
Páginas: 224
Editora: Harper Collins

terça-feira, 5 de abril de 2016

O Diário de Rywka - Rywka Lipszy


RESENHA - Rywka Lipszyc era apenas uma menina de 14 anos, que tão jovem sentiu na pele todas as atrocidades da guerra. Em seu diário,  que foi encontrado perto das ruínas de um dos crematórios de Auschwitz, ela relata todas as suas angústias, medos, o trabalho forçado, a fome e a miséria.
Lodz, a cidade onde viveu Rywka se tornou o gueto mais isolado e oprimido da Europa ocupado pelos nazistas. As pessoas viviam sobre constante vigilância, tinham medo da deportação e estavam constantemente doentes. A tuberculose, a desinteria, o tifo e a pneumonia eram as pragas do gueto.  Conforme a condição física as pessoas eram remanejadas para outras ocupações e também deportadas, que era sempre o que elas mais temiam, pois os deportados eram muitas vezes enviados para os campos de extermínio. 
O livro é um relato emocionante, pois é escrito por uma menina que se tivesse vivido uma vida normal acredito que jamais teria registrado em seu diário temas tão pesados e tristes. Por mais que imaginamos o que essas pessoas viveram não é possível ter uma idéia do sofrimento e do quanto a ganância e o poder podem massacrar milhões de vidas. Uma parte no diário que me chamou muito a atenção foi que no gueto tinha uma biblioteca, muito precária, pois não havia muitos livros para as meninas lerem, mas elas liam, mesmo diante de toda essa adversidade encontravam um tempinho para a leitura, achei comovente! 
Mais um livro sobre o tema Holocausto que vale a pena ler! Recomendo!

Nascida em 15 de setembro de 1929, Rywka era a mais velha dos quatro filhos de Yankel e Miriam Sarah Lipszyc. Seu irmão Abram, chamado de Abramek, nasceu em 1932, seguido por Cypora, conhecida como Cipka, que veio ao mundo em 1933. A caçula da família, Estera, apelidada de Tamarcia, nasceu em 1937. Os pais de Rywka eram de Lodz, na Polônia. Yankel — o quinto dos oito filhos de Avraham Dov e Esther Lipszyc — morava com a família muito perto de seus irmãos e de outros parentes. Através de Hadassah, esposa de seu irmão mais velho Yochanan, a família mantinha uma conexão distante com Moshe Menachem Segal, o famoso “último rabino” do gueto de Lodz. 

Ano: 2015
Páginas: 216
Editora: Seguinte

É Isto um Homem? - Primo Levi




Resenha: Primo Levi foi deportado para Auschwitz-Birkenau em 1944, onde ficou onze meses testemunhando as mais terríveis crueldades até ser libertado pelo russos.  Foram enviados para Auschwitz, seiscentos e cinquenta judeus italianos, mas apenas vinte pessoas sobreviveram.
Primo Levi chegou ao campo de concentração em um período que os alemães sofriam da escassez de mão de obra,  eles resolveram prolongar a vida dos judeus, "melhorando" um pouco as condições de vida dos prisoneiros. 

"Vocês que vivem seguros em suas cálidas casas, vocês que, voltando à noite, encontram comida quente e rostos amigos, pensem bem se isto é um homem, que trabalha no meio do barro, que não conhece paz, que luta por um pedaço de pão, que morre por um sim ou por um não.
Pensem bem se isto é uma mulher, sem cabelos e sem nome, sem mais força para lembrar,  vazios os olhos, frio o ventre, como um sapo no inverno. Pensem que isto aconteceu: eu lhes mando estas palavras. Gravem-na em seus corações, estando em casa, andando na rua, ao deitar, ao levantar; repitam-nas a seus filhos. Ou, senão, desmorone-se a sua casa, a doença os torne inválidos, os seus filhos virem o rosto para não vê-los."

Durante os onze meses em Auschwitz, Levi sobreviveu por se comportar de modo quase "invisível", ele fazia de tudo para não se destacar diante dos soldados alemães. Na Universidade de Turim, ele estudou química, por sorte, serviu para compreender um pouco o idioma alemão. Levi conseguiu um trabalho no laboratório de Buna, como assistente, por isso conseguia se proteger do frio severo de Auschwitz, onde muitos prisioneiros não resitiam.
Levi ficou doente e não participou da marcha da morte comandada pelos soldados alemães, ele ficou no campo até a chegada do Exército Vermelho. Passou um período recuperando sua saúde em um campo de concentração desativado pelos russos e depois retornou a Itália. Mas antes de chegar a Turim, visitou outros lugares. Ele relata essa jornada pós Auschwitz em outro livro: A Trégua.
É Isto um Homem? é um livro envolvente, tocante, onde Levi relata a sua terrível experiência dentro de um campo de concentração, a luta pela sobrevivência, a adaptação aos trabalhos que exigiam muita força, a tentativa de fazer laços de amizades em um ambiente onde tudo girava na base da troca, onde a fome prevalecia mais que o espírito de solidariedade e cooperação. Mas ele sobreviveu... Leitura altamente recomendada!

"Na história e na vida de um às vezes parece vislumbrar uma lei feroz que afirma: "para aquele que tem, será dado; para aquele que não tem, será tirado ". 




Ano: 2000
Páginas: 175
Editora: Rocco