Inìcio, Resenhas, Lidos no Mês, Maratonas & Desafios

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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Tudo Que Deixamos Para Trás - Maja Lunde



Resenha: Tudo Que Deixamos Para Trás, possui três narrativas que se passam em três épocas diferentes. 
Em 1852, William, um biólogo inglês, que vive mergulhado em uma depressão resultante da sua frustração familiar, sonha em criar um modelo de colmeia que irá dar o sustento para a sua família. 
Em 2007, o americano George é um apicultor que deseja muito que seu filho se integre no trabalho com as colmeias, e com essa ajuda, pai e filho possam prosperar no ramo.
E em 2098, numa China futurista, Tao trabalha com polinização manual, pois as abelhas foram extintas, e pendurada em árvores o dia todo ela sonha com um futuro para seu filho Wen-Wei. 
Além desta distopia sobre um mundo sem abelhas, a autora complementa a história com conflitos entre pais e filhos, descritos através de personagens muito bem construídos e marcantes. As três histórias se entrelaçam enriquecendo ainda mais a narrativa. A parte distópica do livro que remete ao futuro, nos serve de alerta, pois leva a reflexão sobre as ações humanas que muito impactam na natureza. Algumas descrições até nos causam um certo medo em relação ao futuro. Um livro para refletir e acreditar que o mundo e o destino dele está em nossas mãos. Vale a pena a leitura desta maravilhosa obra!!

"As abelhas morrem quando as asas não servem mais, tornam-se desgastadas, usadas em demasia, assim como as velas do navio fantasma. Ela morre no meio do salto, no momento em que vai alçar voo, com uma carga pesada, que talvez tenha sido mais pesada do que de costume, quando está quase estourando de néctar e pólen, e dessa vez chegou ao seu limite. As asas não aguentam mais. Ela nunca retorna a colmeia, mas despenca no chão, com todo o seu fardo. Se tivesse emoções humanas, estaria feliz nesse momento, pois entraria pelas portas do céu sabendo ter sido fiel à ideia de si mesma, da Abelha... pois fez o que lhe foi dado fazer na Terra. "

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Memórias de Uma Gueixa - Arthur Golden



 Resenha: Chiyo foi vendida para uma Okiya ainda muito jovem. Okiya é um lugar onde vivem as gueixas, ela e sua irmã foram tiradas da sua casa por um vizinho que viu uma oportunidade de lucrar dinheiro quando as meninas ficaram órfãs.
Na cidade de Kioto, elas são separadas e Chiyo vai trabalhar como criada em uma Okiya. A proprietária percebe que Chiyo tem um grande potencial para ser uma famosa gueixa, devido a sua beleza peculiar. Um grande empecilho surge na sua frente, a principal gueixa da Okyia, Hatsumono, uma mulher mesquinha e vingativa.
Chiyo passa o tempo treinando para ser gueixa e aproveita as oportunidades para procurar sua irmã. Com a ajuda de Mameha, uma gueixa que é adversária de Hatsumono, Chiyo ganha um outro nome, Sayuri. Ela ganha fama entre as gueixas e conquista a admiração de muitos homens, mas somente um deles é que Sayuri deseja conquistar, o presidente.
O livro é narrado pela própria Sayuri, idosa, morando nos Estados Unidos. Uma personagem fictícia que conta sua história para um pesquisador e relembra acontecimentos marcantes da sua vida. A infância na pequena vila de pescadores, a dor de perder a mãe e toda infelicidade durante seu treinamento de gueixa. Uma leitura bem agradável que prende do início ao fim.


Ano: 2015
Páginas: 448
Editora: Arqueiro


domingo, 13 de agosto de 2017

A Guerra Que Salvou a Minha Vida - Kimberly Brubaker Bradley


Resenha: A história se passa em 1939, Inglaterra, durante a Segunda Guerra Mundial. Ada mora com a mãe e seu irmão caçula, Jamie. A menina nasceu com um pé torto, sua mãe a considera uma abominação, uma vergonha. Proibida pela mãe, ela nunca sai de casa, vive confinada e só observa o mundo e as pessoas pela janela. As novidades são contadas por Jamie, que frequenta a escola e pode brincar na rua. A mãe é uma mulher insensível e extremamente ignorante que não perde uma oportunidade de maltratar e humilhar Ada.
Com as ameaças dos bombardeios se aproximando de Londres, as crianças começam a ser realocadas para o interior do país e Ada percebe que tem uma oportunidade de se livrar da sua própria guerra pessoal. Ada e Jamie conhecem Susan, uma mulher que é considerada por todos como desagradável e muito solitária. Com os seus cuidados, as crianças crescem e se transformam. Enquanto a Guerra segue cada vez mais aterrorizante, Ada, Jamie e Susan enfrentam seus traumas e permanecem com a esperança de ter dias melhores.
A Guerra Que Salvou Minha Vida é um livro emocionante, uma história que fala de superação, sofrimento, medo, perseverança e amor incondicional. Super recomendo.

"Enquanto puderes erguer os olhos para o céu, sem medo, saberás que tens um coração puro, e isto significa felicidade."



Ano: 2017
Páginas: 240
Editora: DarkSide Books

quarta-feira, 15 de março de 2017

Os Herdeiros - William Golding



Resenha: 'Os Herdeiros' tem uma narrativa ambientada na pré-história, onde Lok e seu clã de Neandertais confrontam-se com um novo povo. 
Os Neandertais são primitivos, se comunicam por imagens, sons e cheiros. Mal, o chefe ancião está muito doente e Lok pressente que responsabilidades estão por vir. 
Um dia, o ambiente que eles estão acostumados a viver e conhecem tão bem, é invadido por visitantes, seres violentos e de hábitos estranhos, o Homo Sapiens. 
'Os Herdeiros' é o segundo romance de William Golding, ele escreveu após 'Senhor das Moscas'. É uma viagem nas origens da humanidade, com uma linguagem poética, porém de leitura bem difícil. Gostei muito da essência da hístória, que passa uma mensagem de que estamos sempre em conflito com o novo, e que sempre havéra uma constante luta entre o bem e o mal. 

Ano: 2015
Páginas: 216
Editora: Alfaguara

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Nada de Novo no Front - Erich Maria Remarque



Resenha: Nada de Novo no Front é um livro que retrata a vida dos soldados e suas reflexões mais profundas durante a guerra. Não tem acontecimentos heroícos normalmente citados em muitos livros sobre o tema, destaca-se uma descrição mais emotiva da rotina dos soldados na Primeira Guerra Mundial.
O protagonista Paul é um soldado de 18 anos que enfrenta a mais dura realidade nos confrontos, encarando a perda dos companheiros, as doenças, a fome e a morte todos os dias. O livro é marcado por várias passagens tristes mas porém reais que o personagem descreve de forma emocionante.
"Este livro não pretende ser um libelo nem uma confissão, e menos ainda uma aventura, pois a morte não é uma aventura para aqueles que se deparam face a face com ela. Apenas procura mostrar o que foi uma geração de homens que, mesmo tendo escapado às granadas,foram destruídos pela guerra."
Em 1929, Remarque publicou o seu trabalho mais famoso Im Westen nichts Neues (A oeste nada de novo em Portugal e Nada de novo no front no Brasil), com o pseudonimo Erich Maria Remarque (mudando o seu nome do meio em honra da sua mãe). Escreveu mais alguns livros de conteúdo semelhante, numa linguagem simples e emotiva, que descrevia a guerra e o pós-guerra.
Em 1933, os nazis baniram e queimaram os livros de Remarque. A propaganda do partido afirmava que ele era descendente de judeus franceses, e que o seu verdadeiro nome era Kramer (o seu nome original lido de trás para a frente). Há ainda algumas biografias que afirmam isto, apesar da falta de provas. (fonte: Wikipédia)

Ano: 2004
Páginas: 224
Editora: L&PM

sexta-feira, 10 de junho de 2016

O Deus das Pequenas Coisas - Arundhati Roy


Resenha: O livro narra a história do casal de gêmeos Rahel e Estha de sete anos. Os dois vivem com a mãe em Kerala, sul da Índia. Eles inventam histórias perante a família desestruturada formada pela mãe Ammu, uma mulher solitária e infeliz, o tio Chacko, Baby Kochamma e uma mariposa imaginária que pertenceu a um de seus antepassados. A  família tem uma fábrica de geléias e pertencem a burguesia indiana. Há no país manifestações trabalhistas onde parte do povo segue   as tendências comunistas que contrastam com a colonização inglesa. O preconceito referente as castas ainda é muito grande, mas muitas pessoas já deixaram de seguir o hinduísmo. Cristianismo, islamismo e o marxismo já tem seus adeptos. A globalização já adentrou o país e já influencia o povo. 
Mas os gêmeos tem uma grande veneração por  Velutha, um homem negro pertencente a uma casta inferior que foi criado pela família. Velutha trabalha com madeira, faz serviços pequenos e inferiores, mas sem deixar de ser belos e importantes, a ele sobrou apenas as pequenas coisas, que muitas vezes não são vistas por todos. Essa amizade não agrada a família e torna-se proibida.   E uma grande tragédia cai sobre a família no dia em que chega na cidade a filha de tio Chacko. Neste dia, Rahel e Estha descobrem que "as coisas podem mudar num só dia, que as vidas podem ter seu rumo alterado e assumir novas - e feias - formas. Descobrem que elas podem até cessar para sempre". 
A narrativa é intercalada passando de um fato para o outro dentro do mesmo capítulo tornando um pouco difícil a leitura, mas essa forma da autora escrever não deixou a história menos interessante. Gostei muito do livro. Aborda além dos conflitos familiares, preconceitos, violência, política, a condição da mulher, abusos  e muitos assuntos da sociedade indiana da época. Apesar de ser uma história trágica é também muito bonita. O retrato de um povo que só queria ser livre, tanto para viver como para amar.

"Assim, Ammu e seus filhos gêmeos bivitelinos quebraram as Leis do Amor. "Que determinam quem pode ser amado. E como. E quanto".



Ano: 2008
Páginas: 360
Editora: Companhia de Bolso


Foto -Suzanna Arundhati Roy
Suzanna Arundhati Roy, conhecida como Arundhati Roy, é uma escritora, novelista e ativista anti-globalização indiana, também envolvida em causas ambientais e de direitos humanos. Estudou arquitetura e trabalhou em cinema como designer de produção. Escreveu os roteiros de dois filmes. Seu primeiro livro O deus das pequenas coisas (The God of Small Things) ganhou o Booker Prize em 1997 e foi editado em 36 países. Venceu também o Lannan Cultural Freedom Prize em 2002.


domingo, 8 de maio de 2016

Meio Sol Amarelo - Chimamanda Ngozi Adichie


Resenha: Meio Sol Amarelo é um livro surpreendente! Narrado por três dos personagens mais importantes da história (Olanna, Richard e Ugwu), sendo que Olanna é uma mulher negra determinada movida pela emoção, filha de uma família rica, seu pai é um empresário importante na Nigéria. Ela tem uma irmã gêmea mas não são idênticas; Kainene é o oposto da irmã, pois  nela destaca-se a razão e os caminhos das duas, embora sigam linhas retas em alguns pontos da história se cruzam, travando entre elas algumas disputas onde os sentimentos fraternos vão falar mais alto. 
Outro personagem é o jornalista Richard, um britânico namorado de Kainene que tenta escrever um livro sobre a guerra civil da Nigéria no final da década de 1960.
Ugwu é um menino proveniente de um pequeno vilarejo e  vai trabalhar com Odenigbo, um professor revolucionário namorado de Olanna.
A vida destes personagens se entrelaçam quando explodem os conflitos com a tentativa de libertar o estado de Biafra. Lutas sangrentas são travadas em nome da liberdade e o sangue é derramado nas ruas dos vilarejos. As pessoas se refugiam para escapar dos bombardeios. A fome e as doenças atingem a todos e o  caos que se instalou nas ruas durante este período matou milhares de pessoas. 
Foi o primeiro livro de Chimamanda que li e a autora me cativou com a sua narrativa. Todos os personagens tem importância na história, bem construídos e cada um contribuindo para que a história se tornasse tão grandiosa.
 No final do livro a autora fala sobre os fatos históricos que ela usou para enriquecer o livro que foi a Guerra Nigéria-Biafra de 1967 a 70 mas que ela usou personagens fictícios para retratar as próprias verdades imaginadas e não os fatos da guerra, pois a guerra, segundo ela é muito feia. O livro é um retrato do sofrimento de um povo. Vale a pena ler para conhecer um pouco da história do povo africano que não é diferente da história de luta de outros povos. 

"  O vovô costumava dizer que tudo piora e aí melhora."

Ano: 2008
Páginas: 504
Editora: Companhia das Letras

domingo, 6 de março de 2016

Prisioneira da Inquisição - Theresa Breslin


RESENHA - Zarita é uma jovem dama que vive em Las Conchas, um pequeno porto em Andaluzia, no sul da Espanha em 1492. Filha de um magistrado, ela tem seu destino marcado quando um mendigo cruza seu caminho e toca sua mão. Assustada com a ação de desespero do homem, ela o acusa e seu pai condena o pobre homem a forca. Mas o mendigo tem um filho que assistiu a tudo e jurou vingança. Zarita não tem uma boa convivência com sua madrasta que faz de tudo para prejudicá-la e quando chega na cidade a Santa Inquisição, Zarita fica totalmente desprotegida, pois sua madrasta conspira contra ela.
Enquanto isso, Saulo, o filho do mendigo parte em fuga para o mar. Trabalhando como marinheiro, ele aprende sobre navegação e toma gosto pela profissão, chegando assim a conhecer Cristóvão Colombo que simpatiza com ele e o convida a fazer parte de sua equipe. Mas Saulo não esquece a morte do pai e seu objetivo é chegar até Zarita e sua família para concretizar a sua vingança.
A leitura é  envolvente, pois o livro é complementado por fatos históricos onde o ambiente é o reino da rainha Isabel de Castela e o rei Fernando de Aragão, na época em que a Santa Inquisição perseguia os hereges. Os padres inquisidores usavam a tortura para interrogar os acusados e os condenados eram queimados vivos em uma fogueira. Além disso há conflitos familiares, vingança, traição e mostra também um pouco do comportamento das pessoas perante a perseguição pelos inquisidores. É uma boa história, mas nada muito aprofundado no tema. 




Ano: 2014
Páginas: 306
Editora: Galera Record

domingo, 31 de janeiro de 2016

O Leitor - Bernhard Schlink




Resenha: Michael Berg tinha 15 anos quando conheceu Hanna Schmitz, uma mulher mais velha que ele. Eles se conheceram depois de Michael desmaiar na rua, Hanna ajudou o menino e depois a família insistiu para que ele a procurasse para agradecer a gentileza. 
Michael se apaixona por Hanna e os dois iniciam um relacionamento amoroso, os encontros acontecem sempre as escondidas da família. Hanna é quem domina a relação, deixando Michael totalmente submisso,  inseguro e dependente dela. Hanna pede para que Michael leia vários livros para ela, com o passar do tempo, as leituras tornam-se parte da rotina do casal. Um dia, Hanna desaparece misteriosamente e Michael se desespera. Os anos passam com  Michael sempre lembrando e procurando Hanna por todos os lugares.
Michael integra o grupo em um seminário de direito na universidade e acompanha um julgamento de criminosos nazistas, para sua surpresa uma das acusadas é Hanna. Durante todo o julgamento ele relembra seu relacionamento, questiona todas as atitudes de Hanna, descobre um segredo que ela tentou esconder de todos. Ele tenta não julgá-la pelos seus atos e sim, compreendê-la. 
Existem algumas revelações emocionantes ao decorrer da leitura, fazendo com que o leitor compreenda as atitudes de  Hanna e o sentimento de culpa de Michael. Uma leitura comovente contendo como plano de fundo conflitos da Segunda Guerra Mundial. Livro curto, rápido, vale a pena ler! 





Bernhard Schlink (Bielefeld, 6 de julho de 1944) é um jurista e escritor alemão, professor de Direito e Filosofia na Universidade Humboldt desde 1996. Sua obra de ficção mais renomada é o livro Der Vorleser (O Leitor) publicado em 39 idiomas e adaptado para o cinema pelo diretor inglês Stephen Daldry.

Ano: 2008
Páginas: 240
Editora: Record



quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Uma História de Solidão - John Boyne



Resenha - Em 1970, Odran Yates vai parar no seminário. Após uma tragédia abater a família, a mãe de Odran tem uma revelação e pede para o filho ser padre. Odran torna-se uma pessoa passiva e  acredita ter encontrado sua verdadeira vocação.
Como narrador da história, Odran relembra sua vida desde a infância, os tempos de seminário que conviveu com seus colegas e quando foi trabalhar no Vaticano em um cargo próximo ao Papa. Tempos em que ele presenciou segredos da Igreja e escândalos ligados a pedofilia.
Odran faz uma verdadeira reflexão sobre seu comportamento um tanto ingênuo e passivo em relação as situações que presenciou durante sua vida. Com o passar dos anos, restou somente a culpa por ter ignorado alguns fatos e não ter reagido de forma correta e que poderia ter evitado muita tragédia e sofrimento de muitas pessoas que foram afetadas por suas escolhas.

"Bloqueei da minha mente, vez após vez, me recusando a reconhecer o que era óbvio. Eu não tinha dito nada quando devia ter me manifestado, convencendo a mim mesmo de que eu era um homem de caráter mais nobre. Fui cúmplice de todos os crimes. Pessoas sofreram por minha culpa."

É uma obra de ficção, mas Uma História de Solidão é um livro que retrata o abuso sexual encoberto pela Igreja Católica na Irlanda ao longo dos anos. O poder e religião utilizados de forma corrupta na tentativa de deixar impune padres pedófilos. 
A pesquisa foi muito bem elaborada, John Boyne tocou em um tema forte e impactante que sempre está presente na mídia. É um livro para ser lembrado por muito tempo, altamente recomendado!



Ano: 2016
Páginas: 416
Editora: Companhia das Letras


quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Novembro de 63 - Stephen King


RESENHA - Jake Epping é um professor de inglês em uma cidade do Maine. Ele fica muito impressionado quando ao corrigir as redações de seus alunos, um texto lhe chama a atenção. Na verdade o tal texto nada mais é do que um relato de um aluno chamado Harry Dunning , sobrevivente de um massacre que aconteceu há cinquenta anos, onde seu pai em um momento de fúria matou toda a família com golpes de marreta. 
Mas as coisas ficam ainda mais estarrecedoras quando seu amigo Al transfere a ele uma missão: deter o assassinato do Presidente John Kennedy em Dallas em 22.11.1963. Para isso, Jake precisa fazer uma viagem no tempo através de uma espécie de portal no interior do porão da lanchonete de Al, regredindo de 2011 para o ano de 1958. Jake aceita a missão e parte rumo a 1958, descendo os degraus do passado.
Depois de  interferir no destino da família de Harry, Jake vai para a cidade de Jodie, no Texas onde assume um outro nome, consegue um emprego em uma escola, conhece Sadie, uma bibliotecária que torna-se uma pessoa importante em sua vida durante o período que permanece na cidade.
Mas ele precisa investigar os passos de Lee Harvey Oswald, o assassino de JFK para cumprir a sua missão e mudar o curso da história. Como seria o mundo se JFK não tivesse morrido? Toda modificação causa efeitos no curso natural das coisas(efeito borboleta) e uma mudança na história com certeza traria muitos impactos no mundo, tanto físico como político. 
Novembro de 63 é um livro com uma narrativa surpreendente e impactante, construída a cada capítulo que se acompanha a viagem de Jack, suas aflições, seu envolvimento com as pessoas que ele encontrou pelo caminho, momentos em que arriscou a vida para conseguir atingir os seus objetivos. Enfim, além de ser recheado de fatos históricos, na minha opinião é mais um livro de Stephen King que valeu a pena degustar cada página!

"Por um momento, tudo estava claro, e quando isso acontece pode-se ver que o mundo mal está lá, de verdade. Por acaso isso não seria algo que todos sabemos, em segredo? É um mecanismo equilibrado com perfeição, de gritos e ecos se passando por rodas e engrenagens, um relógio de sonho tilintando sob o vidro do mistério que chamamos de vida... Um universo de horror e perda em torno de um palco iluminado por uma única luz, onde os mortais dançam, desafiando o escuro."


Ano: 2013
Páginas: 727
Editora: Suma de Letras

domingo, 10 de janeiro de 2016

Hibisco Roxo - Chimamanda Ngozi Adichie





Resenha: Hibisco Roxo é o primeiro livro que leio da autora Chimamanda Ngozi Adiche. 
A história é narrada por Kambili, uma menina de 15 anos que tem um pai extremamente religioso. 
A família convive em um ambiente aparentemente normal, pois são ricos, moram em uma casa bem estruturada, estudam nas melhores escolas. 
Por terem vidas privilegiadas, Kambili e o irmão são rigorosamente supervisionados pelo pai. Seguem regras ditadas por ele, as obrigações religiosas são as mais radicais possíveis e quando não conseguem cumprir os horários, Eugene, o pai, age de forma violenta para puni-los.
A visita de tia Ifeoma  inicia uma grande mudança na vida de Kambili, convidada para passar uns dias na cidade que a tia mora, ela passa a conviver com os primos e descobre uma nova vida.
A narrativa tem uma riqueza de detalhes sobre o cotidiano do povo da Nigéria, sua cultura, religiosidade. Tia Ifeoma foi a personagem que mais gostei, descrita como uma mulher independente, ela é viúva e cria seus filhos, são pobres, mas são uma família unida e feliz. Foi uma leitura emocionante, uma história linda! 





Ano: 2011
Páginas: 328
Editora: Companhia das Letras


O Substituto - Philippa Gregory




Resenha: Luca Vero foi criado em um mosteiro, aos 17 anos, dotado de muita inteligência  ele foi escolhido pelo bispo da Ordem da Escuridão para ser um inquisidor e investigar casos de heresia em um convento.
Acompanhado por seu criado Freize e o copista Peter, ele finalmente chega ao convento e inicia sua investigação. 
A principal suspeita é Isolde, uma menina que acaba de perder o pai e é enviada ao convento pelo irmão que administra sua herança. Isolde é a abadessa e vive reclusa na companhia de sua fiel amiga de infância, Ishraq.  
Coisas estranhas acontecem quando Luca está no convento, as freiras tem crises de sonambulismo, visões, surgem cortes misteriosos em suas mãos enquanto estão dormindo. 
Então  Isolde e Ishraq são acusadas de bruxaria após uma freira ser assassinada.
Segundo as leis da Igreja, a punição para uma bruxa é ser levada em praça pública para morrer queimada em uma fogueira.
Luca Vero, com seu faro de inquisidor acaba descobrindo vários conflitos relacionados ao convento, acontecem algumas reviravoltas deixando o desfecho bem interessante.
Eu gostei da leitura, foi bem agradável e rápida, estava com certo receio da autora levar o casal de protagonistas para um romance cheios de suspiros e mimimis e deixar o suspense e mistério em segundo plano, mas isso não aconteceu. A história é bem previsível, mas mesmo assim ainda continuou interessante. 





Ano: 2015
Páginas: 272
Editora: Galera Record



sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Os Herdeiros - William Golding




Resenha: O último grupo de Neandertais liderado pelo homem mais velho, Mal, sai em busca da sobrevivência, procurando abrigo e alimento pela floresta.  Na pequena tribo existem mais dois homens além do líder, Lok e Ha,  as mulheres, Nil, Fa, a "Velha" e duas crianças. Durante a rotina deles, surge a descoberta de um novo grupo, as "novas pessoas" (Homo Sapiens). 
Lok e Fa deparam-se com um novo estilo de vida enquanto observam o comportamento do grupo de humanos, descobrem novos objetos utilizados por eles, inclusive as armas mortais. A inocência dos Neandertais  acaba colocando-os em situação de perigo, pois as "novas pessoas" os veem como os demônios da floresta.
O segundo romance de William Golding,  retrata o encontro dos nossos ancestrais, a visão dos Neandertais, que utilizavam uma linguagem telepática, guiados pelos cheiros, desprovidos de capacidade intelectual sendo movidos mais pela intuição, eram vegetarianos, espiritualistas e seres extremamente pacíficos. As "novas pessoas"  são descritas como pessoas perigosas e violentas que surgiram diante dos herdeiros Neandertais para aniquilá-los. A pesquisa do autor é tão perfeita pois faz o leitor acreditar completamente na história, fiquei com raiva do Homo Sapiens e seu poder de destruição que permanece nos dias atuais.





William Golding nasceu na Inglaterra no dia 19 de setembro de 1911, precisamente na cidade de Santus Columb Minor. Filho de um professor, estudou ciências naturais em Oxford e serviu na marinha britânica na segunda guerra mundial. Sobre essa experiência, diria: "Qualquer pessoa que tenha passado por esses acontecimentos terríveis sem entender que o homem produz o mal como a abelha produz o mel estava cega ou louca ". Recebeu o Nobel de Literatura de 1983. William publicou seu primeiro livro e grande sucesso "O Senhor das Moscas" em 1954. Morreu em 19 de julho de 1993 em Perranarworthal, por insuficiência cardíaca. Fonte: Wikipédia





Ano: 2015
Páginas: 216
Editora: Alfaguara


terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Formas de Voltar para Casa - Alejandro Zambra



Resenha:  "Em vez de gritar, escrevo livros."

Em uma narrativa poética o autor relembra fatos marcantes no Chile, colocando como plano de fundo a ditadura Chilena. A história começa com o protagonista narrando sua infância, a vida junto aos pais e as circunstâncias que conheceu Claúdia, no dia do terremoto em 1985. Desse dia em diante,  Claudia tornou-se sua amiga e atendendo a um pedido dela, começa a espionar a vida do misterioso vizinho Raúl. Com toda sua inocência ele observava a passividade dos pais em relação a ditadura.

"Agora não entendo bem a liberdade de que gozávamos na época. Vivíamos numa ditadura, falava-se de crimes e atentados, de estado de sítio e toque de recolher, e mesmo assim nada me impedia de passar o dia vagando longe de casa. As ruas de Maipú não eram, então, perigosas? De noite sim, e de dia também, mas, com arrogância ou com inocência, ou com uma mescla de arrogância e inocência, os adultos brincavam de ignorar o perigo: brincavam de pensar que o descontentamento era coisa de pobres e o poder, assunto dos ricos, e ninguém era pobre nem rico, pelo menos não ainda, naquelas ruas, naquela época."

Outra parte do livro ocorre vinte anos depois, o protagonista tornou-se um escritor, decide reencontrar Claudia e relembrar fatos de suas vidas, suas dores e fracassos.

"Sabia pouco, mas pelo menos sabia isto: que ninguém fala pelos outros. Que, mesmo que queiramos contar histórias alheias, terminamos sempre contando nossa própria história."

Formas de Voltar Para Casa é dividido em duas partes, passado e presente. É um  livro muito curto mas com um estilo de escrita complexa, onde o autor vira narrador, uma mistura de ficção e memórias. Uma leitura agradável, foi meu segundo livro de Zambra.




Ano: 2014
Páginas: 160
Editora: Cosac Naify

Alejandro Zambra Infantas (Santiago, 24 de setembro de 1975) é um poeta e contador de histórias Chile, selecionado em 2007 pelo Festival Hay e Bogotá Capital Mundial do Livro como um dos 39 escritores latino-americanos com idade inferior a 39 anos mais importantes. Eleito em 2010 pela revista britânica Granta entre os 22 melhores escritores de língua espanhola com menos de 35 anos.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

À Sombra da Figueira - Vaddey Ratner


RESENHA - Raami, um menina de 7 anos, de família rica que pertence a nobreza do Camboja, começa a ver seu país invadido pelo Khmer Vermelho, o regime comunista que no período de quatro anos, promoveu a morte de cerca de 2 milhões de cambojanos através da fome e do trabalho forçado.
Raami é obrigada a sair de casa, enfrentar o trabalho e a fome, lutar para sobreviver e não perder os membros da sua família. Durante os quatro anos de muito sofrimento e tragédias que assolaram todo o país, Raami nunca perdeu a sua fé. 
À Sombra de uma Figueira é uma história retratada por uma criança que através de sua inocência testemunhou um genocídio. Na verdade, a autora usou Raami para contar sua própria história de vida, sobrevivente do holocausto cambojano, na sua infância, Vaddey Ratner acompanhou de perto o sofrimento, a fome, a falta da casa e a morte de muitas pessoas. 

"Os animais não são como as pessoas. Se você deixá-los sozinhos, eles não vão te machucar. Mas as pessoas vão, mesmo se você tiver feito nada de errado. Eles te machucam com suas armas, suas palavras, suas mentiras e promessas quebradas, sua tristeza."

Como leitora foi uma experiência e tanto, pois não sabia que tinha acontecido um Holocausto em Camboja e nem sabia muito sobre o lugar e sua cultura, que é descrita de uma forma tão poética no livro. A trajetória da família da personagem Raami vai surgindo aos poucos durante a narrativa, a Rainha Avó é uma figura marcante tanto quanto o pai de Raami. Uma história de tragédia, esperança e fé, livro encantador e inesquecível! 


Editora: Geração Editorial
Páginas: 360
Ano: 2015



Golem e o Gênio (The Golem and the Jinni #1) - Helene Wecker


RESENHA - Golem e o Gênio é a primeira obra da autora Helene Wecker e aguardo ansiosamente por futuros livros! 
A história de Chava e Ahmad, se passa em Nova York no ano de 1899, dois imigrantes, como milhares que residem na cidade, que tentam adaptar-se a uma nova cultura. Mas Chava é uma Golem, foi criada para ser uma escrava, atende aos desejos de seu mestre, e é facilmente controlada através de palavras de encantamentos. Mas, devido alguns contratempos, Chava encontra-se sozinha na cidade e completamente perdida. Por sorte, é amparada por um velho rabino e vai morar em um bairro judaico. 
Ahmad, o djin, foi capturado séculos atrás, preso em uma garrafa por um poderoso mago. Essa garrafa vai parar nas mãos de Arbeely, que tem uma loja na comunidade árabe da cidade.
Ahmad, o Djin, tem um espírito aventureiro, sedutor, é uma criatura do Fogo e Chava é uma Golem, criada do barro, instável, que tem acessos de fúria quando percebe alguma injustiça, ela tem o poder de ler a mente das pessoas e muitas vezes acaba percebendo suas más intenções.
Terra e Fogo... dois seres que foram criados para servir as ordens dos seus mestres, mas que lutam para ter o livre arbítrio, vivem grandes aventuras para fugir dessa escravidão, buscam a liberdade, a felicidade, mas, para isso, vão ter que enfrentar os seus criadores. Dois seres completamente incompatíveis, mas, juntos, eles terão um maior poder... 
Os capítulos são intercalados com a história dos dois, mas tem outros personagens muito bem descritos e que tem participação especial no decorrer da trama.
O livro tem riquíssimos relatos e fotos da cidade de Nova York, na época, era a terra prometida para as pessoas que fugiam da pobreza e sofriam perseguições no Velho Continente. A autora descreve histórias da vida nômade das tribos beduínas. O livro é um mix de fantasia urbana, ficção histórica, romance, mitologia. Super recomendo!!!

Editora: DarkSide Books
Páginas: 514 
Ano: 2015



domingo, 18 de outubro de 2015

Vá, Coloque Um Vigia - Harper Lee


RESENHA - Quando Jean Louise (Scout) volta para a sua cidade natal para rever o pai, depara -se com um cenário diferente de quando era criança. Maycomb, em meados dos anos 50, reflete os últimos acontecimento que vigoram no país em relação a mudanças políticas e a segregação racial. Ela, uma mulher adulta, vivendo em Nova Iork, tem agora uma outra visão, mais realista e não se conforma com o que encontra. 
Então a Scout criança, vinte anos depois tornou-se uma mulher determinada, que luta pelos seus ideais, que foram moldados pelo seu pai Atticus, que ela sempre admirou e seguiu como uma espécie de mestre imaculado. Scout, não aceita ser submissa, estranha o comportamento das mulheres da cidade, não vê a si mesma vivendo da mesma maneira. E interando-se dos fatos, acaba por decepcionar-se com o próprio pai. Descobre que ele não é mais o homem que ela idealizava e venerava. E assim bate de frente com ele e com Henry, tendo apenas tio Jack para ouví-la e mostrar a verdade.

"Você, senhorita, que nasceu com consciência própria, a certa altura se grudou feito uma craca na consciência do seu pai. Ao crescer e se tornar adulta, sem perceber, confundiu o seu pai com Deus. Nunca o viu como um homem com o coração e os defeitos de um homem... Reconheço que deva ser difícil ver isso, porque ele comete tão poucos erros, mas erra como qualquer um de nós. Você era uma aleijada emocional, apoiada nele, procurando as respostas nele, assumindo que as suas conclusões seriam também as dele, sempre."

'Vá, Coloque Um Vigia', não tem a inocência do livro 'O Sol é Para Todos', quem espera isso vai se decepcionar. A Scout criança é diferente da Jean Louise, a inocência, as brincadeiras da menina esperta e curiosa foram substitúidas pelo senso de justiça e idealismo político e social. 

"Cega, é o que eu sou. Nunca abri os olhos. Nunca pensei em enxergar o coração das pessoas, só olho para o seu rosto. Completamente cega... O sr. Stone. Ontem o sr. Stone colocou um vigia na igreja. Devia ter me dado um também. Preciso de um vigia que me guie e me diga o que ele vê, hora após hora. Preciso de um vigia que me diga que um homem diz uma coisa, mas na verdade quer dizer outra. Que trace uma linha divisória e diga que de um lado está uma justiça e do outro lado outra, e me faça entender a diferença. Preciso de um vigia que diga para todos eles que vinte e seis anos é muito tempo para fazer piada com alguém, por mais engraçada que seja."

O livro tem algumas passagens engraçadas quando Scout relembra a infância, e também emocionantes quando ela reencontra Calpúrnia, sua 'mãe' negra.
Embora tenha muitas polêmicas em relação a origem do livro, a história é ótima, é um complemento para quem leu O Sol é Para Todos, e além de tudo é enriquecido com vários fatos históricos que tornam a leitura mais interessante.

 "Aprendi a nunca me aproveitar de ninguém menos afortunado do que eu, fosse em termos de inteligência, dinheiro ou posição social - ninguém, não apenas os negros. E aprendi que fazer o contrário era desprezível. Fui criada assim, por uma negra e um branco."



Ano: 2015
Páginas: 252
Editora: José Olympio


INFORMAÇÃO - Revelado como o novo romance da norte-americana Harper Lee, Vá, coloque um vigia já atingiu 1,1 milhão de cópias vendidas nos Estados Unidos e Inglaterra, onde foi publicado no dia 14 de julho. O livro passou à frente de Grey, a sequência da trilogia Cinquenta tons de cinza, de E. L. James. Nos primeiros cinco dias, o livro de Lee vendeu 168.455 cópias enquanto o de James vendeu 41.943 durante as últimas quatro semanas. Os números são do site The Bookseller, observatório da indústria livreira americana.



A AUTORA - Nelle Harper Lee (Monroeville, Alabama, 28 de abril de 1926) é uma escritora norte-americana, ganhadora do Prêmio Pulitzer em 1961 pela sua obra de ficção To Kill a Mockingbird (O Sol é Para Todos (título no Brasil) ou Por Favor, Não Matem a Cotovia ou Mataram a cotovia (título em Portugal).
Em 2007 foi premiada com a "Medalha Presidencial da Liberdade dos Estados Unidos" por suas contribuições à literatura.
Harper Lee foi interpretada por Catherine Keener no filme Capote (2005), por Sandra Bullock no filme Infamous (2006), e por Tracey Hoyt no filme para TV Scandalous Me: The Jacqueline Susann Story (1998). Na adaptação de outras vozes de Capote, Other Rooms (1995), a personagem de Idabell Thompkins, que foi inspirado em memórias de Truman Capote de Harper Lee como uma criança, foi interpretado por Aubrey Dollar.

Obras Publicadas

1960 To Kill a Mockingbird - O Sol é Para Todos
1961 "Love--In Other Words" revista Vogue
1961 "Christmas to Me" - revista McCalls
1965 "When Children Discover America" - revista McCalls
2015 Go Set a Watchman - Vá, Coloque um Vigia

terça-feira, 22 de setembro de 2015

O Sol É Para Todos - Harper Lee


RESENHA - Há muito tempo queria ler 'O Sol É Para Todos' e não conseguia encaixar na minha meta de leitura.Enfim chegou o  dia e me encantei com a narrativa da Scout, que é a personagem mais cativante do livro.  Ela e Jem, são filhos do advogado Atticus e vivem em  Maycomb, no Alabama, em meados dos anos 30, onde a depressão castiga os moradores com a crise econômica. Os meninos são criados de uma forma livre pois não tem mãe e o pai devido ao trabalho os deixa aos cuidados de Calpúrnia, a cozinheira e também uma espécie de babá das crianças. Ele recebe muitas críticas por dar aos filhos tanta liberdade, mas é um homem íntegro, e determinado e não deixa-se abalar com esses comentários. 
O juiz da cidade designa Atticus para defender um negro, acusado de cometer crime de estupro contra uma mulher branca, e esse caso movimenta a cidade, e as crianças acabam se envolvendo, torcendo para que o pai consiga a liberdade de seu cliente Tom, mas em uma sociedade racista onde negros e brancos se confrontam, torna-se muito difícil obter resultados positivos.
O livro possui além das crianças, outros personagens que enriquecem a tornam a história como por exemplo o amigo Dill, Calpúrnia, o misterioso Boo Radley e Dolphus Raymond. A história toda é de muita sensibilidade, a autora usou as crianças para passar uma mensagem de pureza, tolerância e como tratar o próximo, de como é importante o bom exemplo passado pelos pais na construção do caráter. Scout e Jem, eram duas crianças que foram capazes de tomar atitudes esperadas de um adulto!
Um livro muito bem escrito, que prende o leitor e é muito bom saber que teremos a Scout de volta no novo livro da Harper Lee, 'Vá, Coloque Um Vigia', que continuará a história 20 anos depois... Aguardando com ansiedade! É é claro que recomendo O Sol é Para Todos!

Complemento: 
Com nova tradução e projeto gráfico, este clássico moderno volta à cena, justamente quando a autora lança uma continuação dele, causando euforia no mercado. Desde o anúncio de sua sequência, O sol é para todos é um dos livros mais buscados e acessados no site do Grupo Editorial Record. Já vendeu mais de 30 milhões de cópias nos Estados Unidos e, no último ano, ganhou a recomendação do presidente Barack Obama, que proferiu o seguinte elogio: "Este é o melhor livro contra todas as formas de racismo."

-Vencedor do Prêmio Pulitzer.

-Escolhido pelo Library Journal o melhor romance do século XX.

-Eleito pelos leitores de Modern Library um dos 100 melhores romances em língua inglesa.

-Filme homônimo venceu o Oscar de melhor roteiro adaptado.


Ano: 2015
Páginas: 350
Editora: José Olympio

'As pessoas sensatas nunca se orgulham dos próprios talentos."

'Não sabemos como vivem as pessoas. O que acontece por trás das portas fechadas, os segredos.' 

domingo, 13 de setembro de 2015

Laranja Mecânica - Anthony Burgess



RESENHA - Laranja Mecânica é um livro distópico, narrado em primeira pessoa pelo adolescente Alex.
Esse jovem, tem um grupo de amigos, que ele chama de  'drugues' que é uma das palavras do vocabulário Nadsat que compõe o livro. Durante a narrativa de diálogos dos personagens adolescentes essas palavras são utilizadas, sendo gírias que o autor utilizou  influenciado pelos idiomas russo e inglês.
Alex e seus amigos são rebeldes,  sendo ele, um anti-herói, praticante de crimes, onde a violência se destaca em suas mais simples ações. 
Mas quando Alex vai parar nas mãos do governo, este tenta reformá-lo através de um experimento com testes psicológicos, usando imagens da própria violência que ele tanto praticou e também a paixão pela música clássica e com isso tentar regenerá-lo. E dessa forma em um curto intervalo de tempo ele volta para as ruas, mas torna-se vítima daqueles que ele tanto ameaçou.
A mensagem final que o livro transmite através de Alex é que cada um faz as suas próprias escolhas, mas chega um momento da vida onde é preciso crescer e amadurecer torna-se fundamental.
A primeira publicação do livro foi em 1962. 
O autor Antony Burgess, nasceu em Manchester, 25 de fevereiro de 1917 — e morreu em Londres, 22 de novembro de 1993) foi um escritor, compositor e crítico britânico.
Filmado em 1971, produzido e dirigido por Stanley Kubrick.
Apesar da leitura ser um pouco dificultada pelo vocabulário nadsat e ter uma narrativa recheada de violência, o livro é ótimo, o que o torna um clássico do gênero!Recomendo!

Ano: 2015
Páginas: 224
Editora: Aleph



'A virtude vem de nós mesmos. É uma escolha que só a nós pertence. Quando um homem perde a capacidade de escolher, deixa de ser homem.'