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quarta-feira, 7 de março de 2018

Quarto de Despejo - Carolina Maria de Jesus


 “Há de existir alguém que lendo o que eu escrevo dirá… isto é mentira! Mas, as misérias são reais.” 

O livro de Carolina é escrito em forma de diário onde ela relata seu cotidiano. Moradora da favela, Carolina descreve a triste realidade da sua vida, dos seus filhos e dos seus vizinhos. Ela é uma catadora de lixo, mora em um barraco com três filhos menores, acorda cedo para trabalhar e no tempo restante ela lê e escreve seus diários.
Ela teve uma infância difícil e foi por influência de uma professora que despertou seu amor pela literatura. Apesar do pouco estudo, Carolina se expressa muito bem, a sua escrita é marcada por reflexões profundas sobre as condições políticas e sociais do país.
A fome era uma constante companheira de Carolina, com os seus míseros rendimentos, frequentemente a família ficava sem comida e no desespero, pegavam alimentos estragados nas lixeiras. 

"Quando eu não tinha nada o que comer, em vez de xingar eu escrevia. Tem pessoas que, quando estão nervosas, xingam ou pensam na morte como solução. Eu escrevia o meu diário."

Carolina foi uma porta voz dos favelados, seu diário relata as condições miseráveis que viviam e a constante luta pela sobrevivência. Com uma linguagem simples e com erros gramaticais ela mostra uma realidade nua e crua daqueles que sentem fome.

"É por isso que eu denomino que a favela é o quarto de despejo de uma cidade. Nós, os pobres, somos os trastes velhos."


Ano: 1976
Páginas: 184
Editora: Edibolso

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