Inìcio, Resenhas, Lidos no Mês, Maratonas & Desafios

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Cristal Polonês - Letícia Wierzchowski


Resenha: Tedda é uma menina de origem polonesa, tem dois irmãos e suas roupas são doadas pelos tios e primos. Seus pais trabalham muito para manter a família, mas vivem com muitas dificuldades financeiras.
Um dia, o pai ganha uma aposta e uma viagem é oferecida para a família. Como as crianças não tem o costume de sair de casa, esse evento acaba sendo esperado ansiosamente por todos. Eles decidem o que levar na viagem para a casa do lago, todos se animam, até mesmo a máma, que está sempre com o semblante triste e sério. Mas, uma tragédia termina com a alegria da família...
A história é narrada por Tedda, uma menina curiosa e muito observadora. Os detalhes da vida revelado pelo ponto de vista da menina mostra a condição de pobreza vivida pela família, a tristeza da mãe, uma mulher que não costuma dar sorrisos facilmente, o pai e seu silêncio perturbador, a casa com os móveis doados pelos parentes ricos. A personagem retrata uma realidade dura, a pobreza, a morte, mas não perde sua capacidade de sonhar.
É um livro muito tocante, recomendado para quem curte histórias contada por uma criança que relata a ingenuidade e a franqueza dos sentimentos em relação ao luto.



Ano: 2003
Páginas: 176
Editora: Record




terça-feira, 16 de maio de 2017

O Xará - Jhumpa Lahiri


Resenha: O romance O Xará retrata a trajetória de uma típica família indiana dividida entre duas culturas.
Os pais de Gógol, Ashoke e Ashima Ganguli partem para o continente americano recém casados em busca de oportunidades. Eles vão viver em Boston e logo na chegada já sentem a grande diferença que só aumenta a medida que precisam interagir com os americanos. 
O tempo passa e a família vai acostumando com a nova vida. Ashima engravida do primeiro filho, e ao contrário da sua cultura, terá que ter o filho em um hospital e não em casa  junto da sua família. 
Gógol Ganguli, nasceu nos EUA, e recebeu este nome em homenagem ao escritor russo, pois seu pai era leitor fiel e admirador da literatura russa. O 'nome bom' chega por carta de Calcutá, pois conforme a tradição deve ser escolhido pela avó materna.  A medida que vai crescendo, Gógol vai se distanciando da sua cultura e tem que conviver com as diferenças que a cada dia ficam mais evidentes. 
O livro trata de assuntos ligados desde a infância até a maturidade, dando destaque para Gógol, o protagonista, que viveu dividido entre as duas culturas. Relata o choque cultural, a resistência perante ao novo, os relacionamentos familiares, profissionais e sentimentais. 

"Os nomes morrem com o tempo, perecem assim como as pessoas."

O Xará foi citado no livro "O Clube do Livro do Fim da Vida, Uma história real sobre perda, celebração e o poder da leitura de Will Schwalbe".

terça-feira, 2 de maio de 2017

As Intermitências da Morte - José Saramago


Resenha: As Intermitências da Morte narra uma situação inusitada vivida em um país, a morte paralisa as atividades e ninguém mais morre. A partir daí várias complicações acontecem com as pessoas, pacientes terminais agonizando mas a morte não chega, hospitais e asilos estão lotados, a indústria funerária é afetada, a Igreja  reclama que sem a morte não haverá ressurreição. E assim a vida e a morte entram em um grande conflito, pois as pessoas se acostumaram com a imortalidade.
Em outra parte do livro é apresentada a morte em pessoa, seus procedimentos em relação ao "ultimo chamado", suas características físicas e por incrível que pareça a morte fica mais humanizada. Tudo isso acontece quando uma carta enviada pela morte retorna ao remetente, um fato que nunca tinha acontecido antes. Então a morte decide resolver a situação pessoalmente...
Meu segundo livro de José Saramago, foi uma leitura surpreendente. A narrativa do autor é peculiar, uma história divertida e bem reflexiva.

 "Porque cada um de vós tem a sua própria morte, transporta-a consigo num lugar secreto desde que nasceu, ela pertence-te, tu pertences-lhe."



Ano: 2005
Páginas: 208
Editora: Companhia das Letras




 

domingo, 30 de abril de 2017

O Jardim de Cimento - Ian McEwan


  
Resenha: Jack é um garoto de 15 anos que mora com seus irmãos em uma casa isolada. Após a morte dos pais, os irmãos vivem sem saber lidar com a perda e a liberdade.
Julie é a irmã mais velha e adota o papel de responsável pelos irmãos. Jack está na fase da descoberta do sexo. Sue guarda todos os seus segredos em um diário. Tom é uma criança de 6 anos e vive sem orientação dos irmãos.  
E assim eles mantém uma rotina familiar totalmente livres, não frequentam mais a escola, o dinheiro deixado pela mãe é gasto com futilidades e a casa fica completamente desorganizada.
O cotidiano dos irmãos muda com a chegada do namorado de Julie, Derek, que passa a frequentar a casa. Jack e as irmãs guardam um importante segredo e ficam preocupados toda vez que o curioso Derek resolve visitá-los.
É uma história macabra, perturbadora e polêmica. Os irmãos vivem momentos de insensibilidade diante da morte, se comportam de forma egoísta, são seduzidos pelo sexo sem nenhuma orientação. Sem ter noção do que é certo e errado eles tentam descobrir o mundo sozinhos. Foi impactante descobrir o porquê do título do livro, super recomendo.




Ano: 2009
Páginas: 129
Editora: Companhia de Bolso