Inìcio, Resenhas, Lidos no Mês, Maratonas & Desafios

quinta-feira, 19 de maio de 2016

O Hobbit - J. R. R. Tolkien




Resenha: Bilbo Bolseiro é um hobbit que leva uma vida bem pacata. Ele gosta de ficar na toca tomando seu chá tranquilamente, fazendo suas refeições e tirando cochilos, nada de grandes aventuras. 
Um belo dia,  bate em sua porta o Mago Gandalf e uma turma de anões  com uma proposta de um grande roubo: os anões querem resgatar um tesouro que pertencia a seus ancentrais e que foi roubado pelo Dragão Smaug. Gandalf insiste para que Bilbo aceite a proposta, ele percebe que não tem muita opção, então acompanha os novos companheiros em uma perigosa jornada rumo a Terra Média e outros lugares  habitados por criaturas inusitadas.
Com o decorrer do tempo, Bilbo descobre que está adorando as aventuras e consegue provar sua coragem para os anões, desde o início, Gandalf sabia de sua capacidade de cumprir o desafio.  
Uma história fascinante e muito bem elaborada, o autor explora com maestria e muita riqueza o mundo fantástico nos apresentando de forma encantadora, criaturas como Trolls, Dragões, Elfos, Lobisomens(Wargs), Anões. O livro mistura aventura e humor e tem um herói cativante e várias mensagens de amizade, companheirismo e coragem. Um clássico do gênero fantasia que pode ser apreciado por crianças e adultos, não tem como não gostar!




Ano: 2002
Páginas: 293
Editora: Martins Fontes


domingo, 8 de maio de 2016

Meio Sol Amarelo - Chimamanda Ngozi Adichie


Resenha: Meio Sol Amarelo é um livro surpreendente! Narrado por três dos personagens mais importantes da história (Olanna, Richard e Ugwu), sendo que Olanna é uma mulher negra determinada movida pela emoção, filha de uma família rica, seu pai é um empresário importante na Nigéria. Ela tem uma irmã gêmea mas não são idênticas; Kainene é o oposto da irmã, pois  nela destaca-se a razão e os caminhos das duas, embora sigam linhas retas em alguns pontos da história se cruzam, travando entre elas algumas disputas onde os sentimentos fraternos vão falar mais alto. 
Outro personagem é o jornalista Richard, um britânico namorado de Kainene que tenta escrever um livro sobre a guerra civil da Nigéria no final da década de 1960.
Ugwu é um menino proveniente de um pequeno vilarejo e  vai trabalhar com Odenigbo, um professor revolucionário namorado de Olanna.
A vida destes personagens se entrelaçam quando explodem os conflitos com a tentativa de libertar o estado de Biafra. Lutas sangrentas são travadas em nome da liberdade e o sangue é derramado nas ruas dos vilarejos. As pessoas se refugiam para escapar dos bombardeios. A fome e as doenças atingem a todos e o  caos que se instalou nas ruas durante este período matou milhares de pessoas. 
Foi o primeiro livro de Chimamanda que li e a autora me cativou com a sua narrativa. Todos os personagens tem importância na história, bem construídos e cada um contribuindo para que a história se tornasse tão grandiosa.
 No final do livro a autora fala sobre os fatos históricos que ela usou para enriquecer o livro que foi a Guerra Nigéria-Biafra de 1967 a 70 mas que ela usou personagens fictícios para retratar as próprias verdades imaginadas e não os fatos da guerra, pois a guerra, segundo ela é muito feia. O livro é um retrato do sofrimento de um povo. Vale a pena ler para conhecer um pouco da história do povo africano que não é diferente da história de luta de outros povos. 

"  O vovô costumava dizer que tudo piora e aí melhora."

Ano: 2008
Páginas: 504
Editora: Companhia das Letras

terça-feira, 5 de abril de 2016

O Diário de Rywka - Rywka Lipszy


RESENHA - Rywka Lipszyc era apenas uma menina de 14 anos, que tão jovem sentiu na pele todas as atrocidades da guerra. Em seu diário,  que foi encontrado perto das ruínas de um dos crematórios de Auschwitz, ela relata todas as suas angústias, medos, o trabalho forçado, a fome e a miséria.
Lodz, a cidade onde viveu Rywka se tornou o gueto mais isolado e oprimido da Europa ocupado pelos nazistas. As pessoas viviam sobre constante vigilância, tinham medo da deportação e estavam constantemente doentes. A tuberculose, a desinteria, o tifo e a pneumonia eram as pragas do gueto.  Conforme a condição física as pessoas eram remanejadas para outras ocupações e também deportadas, que era sempre o que elas mais temiam, pois os deportados eram muitas vezes enviados para os campos de extermínio. 
O livro é um relato emocionante, pois é escrito por uma menina que se tivesse vivido uma vida normal acredito que jamais teria registrado em seu diário temas tão pesados e tristes. Por mais que imaginamos o que essas pessoas viveram não é possível ter uma idéia do sofrimento e do quanto a ganância e o poder podem massacrar milhões de vidas. Uma parte no diário que me chamou muito a atenção foi que no gueto tinha uma biblioteca, muito precária, pois não havia muitos livros para as meninas lerem, mas elas liam, mesmo diante de toda essa adversidade encontravam um tempinho para a leitura, achei comovente! 
Mais um livro sobre o tema Holocausto que vale a pena ler! Recomendo!

Nascida em 15 de setembro de 1929, Rywka era a mais velha dos quatro filhos de Yankel e Miriam Sarah Lipszyc. Seu irmão Abram, chamado de Abramek, nasceu em 1932, seguido por Cypora, conhecida como Cipka, que veio ao mundo em 1933. A caçula da família, Estera, apelidada de Tamarcia, nasceu em 1937. Os pais de Rywka eram de Lodz, na Polônia. Yankel — o quinto dos oito filhos de Avraham Dov e Esther Lipszyc — morava com a família muito perto de seus irmãos e de outros parentes. Através de Hadassah, esposa de seu irmão mais velho Yochanan, a família mantinha uma conexão distante com Moshe Menachem Segal, o famoso “último rabino” do gueto de Lodz. 

Ano: 2015
Páginas: 216
Editora: Seguinte

É Isto um Homem? - Primo Levi




Resenha: Primo Levi foi deportado para Auschwitz-Birkenau em 1944, onde ficou onze meses testemunhando as mais terríveis crueldades até ser libertado pelo russos.  Foram enviados para Auschwitz, seiscentos e cinquenta judeus italianos, mas apenas vinte pessoas sobreviveram.
Primo Levi chegou ao campo de concentração em um período que os alemães sofriam da escassez de mão de obra,  eles resolveram prolongar a vida dos judeus, "melhorando" um pouco as condições de vida dos prisoneiros. 

"Vocês que vivem seguros em suas cálidas casas, vocês que, voltando à noite, encontram comida quente e rostos amigos, pensem bem se isto é um homem, que trabalha no meio do barro, que não conhece paz, que luta por um pedaço de pão, que morre por um sim ou por um não.
Pensem bem se isto é uma mulher, sem cabelos e sem nome, sem mais força para lembrar,  vazios os olhos, frio o ventre, como um sapo no inverno. Pensem que isto aconteceu: eu lhes mando estas palavras. Gravem-na em seus corações, estando em casa, andando na rua, ao deitar, ao levantar; repitam-nas a seus filhos. Ou, senão, desmorone-se a sua casa, a doença os torne inválidos, os seus filhos virem o rosto para não vê-los."

Durante os onze meses em Auschwitz, Levi sobreviveu por se comportar de modo quase "invisível", ele fazia de tudo para não se destacar diante dos soldados alemães. Na Universidade de Turim, ele estudou química, por sorte, serviu para compreender um pouco o idioma alemão. Levi conseguiu um trabalho no laboratório de Buna, como assistente, por isso conseguia se proteger do frio severo de Auschwitz, onde muitos prisioneiros não resitiam.
Levi ficou doente e não participou da marcha da morte comandada pelos soldados alemães, ele ficou no campo até a chegada do Exército Vermelho. Passou um período recuperando sua saúde em um campo de concentração desativado pelos russos e depois retornou a Itália. Mas antes de chegar a Turim, visitou outros lugares. Ele relata essa jornada pós Auschwitz em outro livro: A Trégua.
É Isto um Homem? é um livro envolvente, tocante, onde Levi relata a sua terrível experiência dentro de um campo de concentração, a luta pela sobrevivência, a adaptação aos trabalhos que exigiam muita força, a tentativa de fazer laços de amizades em um ambiente onde tudo girava na base da troca, onde a fome prevalecia mais que o espírito de solidariedade e cooperação. Mas ele sobreviveu... Leitura altamente recomendada!

"Na história e na vida de um às vezes parece vislumbrar uma lei feroz que afirma: "para aquele que tem, será dado; para aquele que não tem, será tirado ". 




Ano: 2000
Páginas: 175
Editora: Rocco