Inìcio, Resenhas, Lidos no Mês, Maratonas & Desafios

domingo, 3 de janeiro de 2016

Uma Chama Entre As Cinzas - Sabaa Tahir



Resenha - Laia é criada pelos avós e tem um irmão, Darin, que foi preso pelo Império Marcial, acusado por traição. Na tentativa desesperada de salvar Darin, Laia concorda em colaborar com os rebeldes. Então arrisca a ser uma espiã da Resistência. Disfarçada de escrava, ela vai servir a cruel comandante Keris Veturia, a manda chuva do Império.
Laia é uma menina insegura, fraca, que tenta reunir coragem para ajudar Darin, seus pais serviram fielmente a Resistência, um grupo rebelde de eruditos que foram escravizados pelo Império. A cada dia que passa como escrava, Laia sofre várias torturas nas mãos da impiedosa Keris.
Elias é um soldado que está em formação, seu futuro como Máscara, a elite do exército do Imperio, está cada vez mais próximo. Filho de Keris Veturia, Elias é totalmente o oposto, luta por justiça e pelo fim da escravidão, sente vontade de rebelar contra toda a tirania. Depois da revelação de uma profecia pelos adivinhos, Elias é escolhido para enfrentar as Eliminatórias, onde o vencedor será o próximo imperador e quem descumprir as regras será punido com a morte.  
Laia e Elias vivem em mundos completamente diferentes e após se encontrarem percebem que lutam pelo mesmo ideal, a liberdade.
Os capítulos são intercalados por Laia e Elias, a trama é boa, mas não teve muito desenvolvimento, existem outros personagens que não transmitem empatia, Keris, a comandante, com sua vilania e sadismo foi quem salvou a história. A autora inseriu seres mágicos: djinns, ghouls, efrits, mas faltou destacar mais as lendas, quanto a parte inspirada pelo Império Romano, pouco coisa se acrescenta, o livro tem qualidades, mas nada tão especial.





Ano: 2015
Páginas: 432
Editora: Verus

A Casa das Belas Adormecidas - Yasunari Kawabata



Resenha: Eguchi é um senhor de 67 anos que começa a frequentar a casa das belas adormecidas, um lugar onde garotas virgens são utilizadas como companhia para idosos. 
Existe uma peculiaridade na casa das belas adormecidas, as garotas são disponibilizadas em uma cama, em sono profundo, completamente dopadas  para que os clientes idosos possam usufruir de todo prazer.

"Uma mulher mergulhada no sono, que não fala nada, que não ouve nada: não seria, por outro lado, o mesmo que falar tudo, escutar tudo de um velho que já não tem virilidade para fazer companhia a uma mulher?"

Na primeira visita, Eguchi  conhece uma garota adormecida que o impressiona muito, então ele resolve frequentar a casa a cada quinze dias na esperança de revê-la. 
A gerente da casa explica para Eguchi as principais regras, dentre elas, as garotas não retornam para o mesmo cliente, não acordam no meio da visita, não fazem sexo e não podem ser violentadas.
Eguchi continua com suas visitas e cada garota que conhece, ele relembra fatos da sua vida passada, seus amores, suas experiências sexuais com mulheres que marcaram sua juventude. 
A narrativa é bem poética, através do protagonista Eguchi, o autor apresenta diversos temas como velhice, morte, inocência e erotismo. 

"Aos velhos, a morte, aos jovens, o amor; a morte, uma única vez, o amor, infinitas vezes."

A Casa das Belas Adormecidas lembrou muito o livro Memórias de Minhas Putas Tristes de Gabriel Garcia Marques onde o protagonista é um idoso que reflete sobre sua sexualidade na terceira idade. Um livro de poucas páginas que surpreende pelo conteúdo tão rico em detalhes, a trama se passa em uma espécie de bordel onde garotas são tratadas como objetos, mas em nenhuma parte a sexualidade foi destacada de forma vulgar, Yasunari Kawabata foi de uma sutileza incrível.




Ano: 2004
Páginas: 128
Editora: Estação Liberdade


* Yasunari Kawabata (Osaka, 11 de junho de 1899 — Kamakura, Kanagawa, 16 de abril de 1972) foi um escritor japonês, o primeiro de seu país a ser galardoado com o Prêmio Nobel de Literatura, em 1968. Fonte: Wikipédia


Luka e o Fogo da Vida - Salman Rushdie



Resenha: O livro conta a história de Luka Khalifa, 12 anos de idade, grande admirador da vida do pai, Rashid Khalifa que é um contador de histórias. Um dia, Rashid cai em um sono profundo provocado por um feitiço lançado por Capitão Aag, um dono de circo que explorava e maltratava animais. 
Capitão Aag tornou-se um inimigo perigoso após Luka resgatar um cão e um urso, que acabaram virando seus fiéis e verdadeiros amigos. 
Luka conhece o Ninguémpai, uma figura misteriosa, sósia de seu pai, mas que representa a morte e revela para ele uma forma de desfazer o feitiço; viajar  para o Mundo da Magia,  em busca do Fogo da Vida, uma pedra sagrada guardada pelos Deuses e outros seres mágicos.
Luka sai nessa aventura acompanhado pelo cão e o urso, mas ao decorrer do caminho acaba conhecendo novos amigos que o ajudam a chegar ao seu destino. 
Luka e o Fogo da Vida é um livro sobre: seres mitológicos e contém algumas partes lembrando personagens de As Mil e Uma Noites, Rei Artur e Alice no País das Maravilhas. 
Foi meu primeiro contato com o autor, livro escolhido para uma Maratona Literária, com muita magia, realidade e folclore misturados em uma história que pode agradar adultos e crianças. Salman Rushdie escreveu em 1990 as aventuras do irmão de Luka no livro: Haroun e o Mar de Histórias, que pode ser lido de forma independente.



Ano: 2010
Páginas: 208
Editora: Cia das Letras


Salman Rushdie, Bombaim, 19 de Junho de 1947, é um ensaísta e autor de ficção britânico de origem indiana. Cresceu em Mumbai (antiga Bombaim) e estudou na Inglaterra, onde se formou com louvor no King's College, Universidade de Cambridge. O seu estilo narrativo, mesclando o mito e a fantasia com a vida real, tem sido descrito como conectado com o realismo mágico. Rushdie foi condecorado em 15 de junho de 2007 como Cavaleiro Celibatário (Knight Bachelor), fato que provocou diversos protestos no mundo islâmico. Fonte: Wikipédia


sábado, 2 de janeiro de 2016

Almas Mortas - Nikolai Gógol



RESENHA: Pavel Tchitchicov é um homem ambicioso que chega na pequena cidade para conhecer os principais membros da sociedade e comprar servos já falecidos de seus proprietários  rurais. Tchitchicov  utiliza toda sua esperteza para conquistar a simpatia dos figurões, após todos cairem na sua "lábia", ele consegue o que quer: ser dono de almas mortas. O nosso "herói" é uma pessoa sem escrúpulos, mas os outros personagens também demonstram certas fraquezas, bem piores que Tchitchicov. 
Durante a narrativa, Gogol faz questão de deixar bem claro que  só apresentará os personagens mais importantes e relevantes para a história e que não perderá tempo com insignificâncias, isso deixa a leitura muito dinâmica e bem humorada. 
O livro é publicado, em 1842, é nesse toque sarcástico, irônico e crítico que o autor descreve a vida do povo russo,  suas esperanças, sonhos, seus defeitos e qualidades. Segundo informações, Almas Mortas teria mais duas partes, mas Gogol acabou queimando todos os seus manuscritos, deixando a obra  inacabada. 
Não tenho o hábito de ler frequentemente clássicos da Literatura Russa, mas essa obra mesmo incompleta, é uma leitura interessante, pois o tema ainda é bem atual, a desvalorização do ser humano. 



Ano: 2014
Páginas: 279
Editora: Centaur



Nikolai Gógol *Nikolai Vasilievich Gogol, (nasceu em 20 de março de 1809,Velyki Sorochyntsi), foi um proeminente escritor. Sua nacionalidade é motivo de polêmica, pois sua cidade natal fazia parte do Império Russo na época, mas atualmente pertence à Ucrânia. Como consequência, tanto a Rússia quanto a Ucrânia reivindicam a sua nacionalidade. Apesar de muitos de seus trabalhos terem sido influenciados pela tradição ucraniana, Gogol escreveu em russo e sua obra é considerada herança da literatura russa. Toda a sua obra é fundada no realismo, mas um realismo muito próprio, com rasgos do que viria a ser o surrealismo. Fonte: Wikipédia